Quando o tempo passou

As chamas latejantes do eterno desconhecer
Abalaram as estruturas das indubitáveis certezas
E os sagazes e vorazes sentidos outrora fortes
Curvaram-se em vã hipótese e temores

O infinito se mesclou de negras sombras
Deixou-se contaminar pela escuridão
O cantar dos pássaros deixou de ecoar
E ventos fortes uivaram na noite sem fim

Nos oceanos as chuvas ácidas caíram
As crianças que sabiam do sorriso
Em mar de lágrimas se prostraram
Maculando suas faces inocentes

As terras antes férteis e tomadas de verde
Passaram a sustentar galhos secos e retorcidos
As flores queimaram à luz escaldante de um sol violento
Que trazia nos braços a ânsia da destruição

Cicatrizes profundas passaram a adornar
A pele alva e macia da mente antes repleta de viço
Que ficou estéril e sem sons, perdida na inércia
Do sofrer a ausência que nasceu aos poucos

O sono passou a ser tempestade desprovida de sonhos
Num sem descanso do corpo prostrado, entregue ao tempo
E a vida, lentamente, deixou de fazer parte do ser
Sofrendo a saudade e minguando o amor...

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