Gosto de ti calada
Gosto de ti calada porque estás como ausente,
e me ouves de longe, e esta voz não te toca.
Parece que os teus olhos foram de ti voando
e parece que um beijo fechou a tua boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerge das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma,
e pareces-te com a palavra melancolia.
Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.
Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.
Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre porque não é verdade.
Pablo Neruda.
A terra mudou de donos quando o vento mudou de rumos.
Pedaços de um corpo que pedia a noite
Que sonhava com a Lua
Que chorava o amor
E que via nas estrelas mais do que esperança...
E num mar de sussurros
Depositei meu sonho mais profundo
( do meu, do nosso, do mundo).
Meus silêncios são meu maior grito.
É ali que derramo minhas lágrimas mais sentidas.
No vácuo de toda a dor que me consome.
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Adriana Nunes
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Adriana Nunes
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Belo Post Adriana...
ResponderExcluirGrande Neruda!!!
Parabéns belo espaço!
...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
ResponderExcluirÉ recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
(Paulo Neruda)
...
Pablo!
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