Paredes do Mundo!


Das noites de tuas moradas, quero ser eu a maior fonte do teu viver... Vejo o frio do teu silêncio me tocar de forma angustiante, sou aquela que clama teu amor, só tu não vês... O que faço agora? Jogo-me ao céu e grito que te amo? Respeito teu silêncio e busco novas linhas? Por quem me tens, noite de silêncio a cortar-me o coração?

O tempo me divide, os amores fúteis, um vazio: que ali me perco no potencial de "tudo". Sei do meu costume, o madrigal que escreve a estrela que desaparece e o chão que vibra. Cortinas de vento que me separa vivo do cordão umbilical colado à parede da minha casa primitiva.

Já não basta subir aos céus para te alcançar... Sou por demais distante de teus sons, e não foi assim que almejei, fui das flores a mais calma para te alcançar... Quisera eu um dia ter sentido teu sabor, como a mais bela estrela da tua noite clara... Já me faço entardecer na tua noite mais quieta, porque é assim que te sorrio, como uma noite de quem quer a tua cor, mais do que tudo...

Olhos deitados no aroma claro dos teus lábios. Noites inteiras dormem na insônia profunda dos meus olhos. O silêncio sem espera cansa de mim por dizer-te que te amo. Sou a primeira metade deste teu Sol. Morte íntima das minhas estáticas mãos que no gesto de ternura é lentamente arrancado como quem vive ancorado no porto do teu cais.

Faço das divinas noites claras, divinas claras noites... Já não cabem em minhas mãos tanto ardor, é como que se não me bastassem essas linhas que me traduzem em amor, sou como luz a invadir um espaço antes aquietado pelo som do silêncio que invadia as vidraças tanto tempo esquecidas da palavra amor. Se és poesia, sou melodia. E assim, canto em teu destino como que tatuada em teu peito, já sou flor. Girassol eternizado no teu pensamento, e mais ainda, no tilintar do teu coração...

Primavera e a chuva desta noite nos envolvem como as cores da manhã e do trágico destino das feridas ainda abertas de pálidos horizontes. Amo, felizmente do meu jeito, lírio escultural no fim da tarde. Ternura desenhada sem dedos e o silêncio nu e intransferível do perfume da rosa que eu guardei dentro das minhas mãos.

Colho os frutos de uma noite estrelada, se és estações em flor, já me faço dias de encantamento. Tantos rios pra se cruzar, tantas melodias pra te encantar, o que faço eu senão sonhar a mais pura verdade do meu coração, assim tão sedento das tuas risonhas nuvens a me serenar? Faço-te canção, porque assim me ouves, e assim posso me deitar na noite clara com que tanto sonhei...

No brilho dos teus olhos fruta úmida sobre a relva colhida ainda pouco esta madrugada que soluça estrelas. Na palavra que sai da minha boca como infinito, aurora boreal do meu grito que tu não escutas. Eu te amo, sinfonia da manhã, o "fim" e o começo de tudo! Paredes do mundo!

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